sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Escrevendo a minha história



Há uma semana assisti a uma palestra sobre um centro de cura na Serra do Roncador.

Em um dos momentos o palestrante, Sr. Dalvan, falou: "Mundo dos mortos é esse aqui, o outro que é o dos vivos. Aqui deixamos esse corpinho que vai se decompor e seguimos viagem.

Fez muito sentido para mim.

Aqui, onde tudo é intenso, onde tudo é denso e as ondas caminham mais lentamente, vivemos o paradoxo do tempo: ele passa rápido quando não deve e passa devagar quando gostaríamos que acelerasse.

Passam as horas, os dias, os meses... e a gente sempre esperando pelo amanhã, quando, então, faremos o que nos deixa felizes.

A ilusão do tempo. A ilusão do amanhã. A ilusão de que temos que chegar a algum lugar.

Fugimos do prazer, com medo da dor.

Enquanto isso, acontece a vida. 

O caminho floresce e se enfeita para ser notado, mas nós não nos permitimos fruí-lo, pois ainda não chegamos onde queremos ou porque a bênção que se apresenta não é exatamente o que imaginávamos.

Vejo tantas pessoas curiosas para saber o que foram em outras vidas, que grandes feitos fizeram, como foi que viveram; quando temos nas mãos, hoje, a oportunidade de viver as histórias que a nossa alma relembrará amanhã.

Encher os dias de vida não é sinônimo de fazer loucuras, mas de dar-lhes significado. 

Estar, em cada minuto, em estado de presença, em estado de confiança, em estado de contemplação, em estado de gratidão.

Atento às bênçãos espalhadas ao longo da estrada.

Atento às oportunidades de dividir e receber aprendizado.

Atento às possibilidades de conexão humana.

Atento aos momentos em que dar o seu carinho e o seu apoio é fundamental.

Atento ao lindo cenário que o Criador nos proporcionou para vivermos essa história.

Veja as pessoas. Não ame com parcimônia. Não economize abraços. Não economize palavras boas.

De fato, sempre pode ser a última vez que nos veremos.

Amanheço com o compromisso de utilizar o meu tempo de forma mais amorosa e mais lenta, escrevendo, conscientemente, as histórias que serão contadas amanhã.

Um comentário: